quinta-feira, 6 de agosto de 2015

SEMANA MUNDIAL DE ALEITAMENTO MATERNO

Olá! Essa semana, de 01 a 08 de agosto é a Semana Mundial de Aleitamento Materno - SMAM 2015.

Por aqui Enrico foi amamentado por 1 ano e 4 meses, e foi ele quem me desmamou, ele já estava na escola desde 11 meses e eu trabalhava o dia todo, portanto nossas mamadas ficaram muito espaçadas e ele me trocou pela mamadeira que o pediatra da época me orientou a dar, mãe de primeira viagem, sem tanta informação e sem rede de apoio, ele desmamou...

Já com Alice, mãe de segunda viagem, ela está com 10 meses e continuamos o Aleitamento Materno em Livre demanda, e nunca teve contato com mamadeira e nem com leite artificial e assim vamos seguir!!!

O tema da SMAM 2015 foi sobre amamentar e trabalhar, seguindo o tema venho hoje deixar aqui um relato de amamentação + retorno ao trabalho da querida amiga Erika Domingues, companheira de ativismo! Gratidão por compartilhar e me autorizar a publicar, Erika!

Amamentação Exclusiva com retorno ao trabalho aos 5 meses do bebê!
Por: Erika Domingues


Amamentar é difícil, cansativo. Quando errada, a pega machuca, mas é o melhor que podemos oferecer.

Eu sou mãe de Lucas, com 3 anos e 10 meses, quando nasceu Marina, através do meu VBA1C.

Em 2010, no mês de outubro, nasceu de uma cesárea, o Lucas. Eu não reagi muito bem à cirurgia. Não de forma física, mas psicológica. O retorno do hospital para casa foi um momento de medos e angústias, e a amamentação foi um capitulo extremamente dolorido.

Eu demorei a ter leite. Ofereceram leite artificial para meu filho no hospital, em função disso. As nossas primeiras noites foram terríveis, eu sem saber o que fazer com aquele bebê que chorava muito. Na primeira noite, dormi sentada com o meu dedo na boca dele, tamanha era a necessidade de sucção. Eu começava ali um longo caminho de dor.

Eu nunca havia lido, conversado ou mesmo estudado sobre amamentação. Achava ser algo natural e lindo, pura poesia! Ledo engano.

A pega estava errada, meu peito abriu e ficou em carne viva. Eu usava conchas de amamentação, vazava leite o tempo inteiro. Tudo que mandavam, eu fazia. Doía demais amamentar e eu amamentava de três em três horas porque, na época, achava que criança tinha relógio interno.

Nas consultas de retorno ao pediatra e à obstetra para ver cicatrização, ambos me aconselharam ir ao banco de leite. Fomos os três: eu, meu marido e nosso pequeno. Lá, descobri que me ensinaram muitas coisas erradas e que o que faltava fazer parecia simples. Meu marido prestou muita atenção porque sabia que eu estava esgotada, sem conseguir dormir por mais de duas horas seguidas meu marido foi essencial para conseguir fazer o que me ensinaram no banco de leite.

Conseguimos! Mas com 5 meses, o meu pequeno perdeu peso e mandaram complementar com leite artificial. Eu introduzi a mamadeira e, nessa altura, voltaria a trabalhar em horário integral. Longe, e sem sala para fazer ordenha. Então, o leite artificial foi substituindo o materno até que, com 9 meses, ele não quis mais. Eu sofri com essa recusa. Tentei por muito tempo, mas ele não queria. Todos falavam que estava bom, "não insiste porque ele depois não larga".

Minha nova gravidez encontrou uma mulher mais bem informada e totalmente modificada pela maternidade do primeiro filho.

Briguei pelo parto e sabia que brigaria pela amamentação. Estudei, fiz cursos, troquei informações e as repassei para minha mãe - que fica com meus filhos enquanto trabalho. Li em grupos, que as avós e cuidadoras familiares são o maior risco de desmame precoce. Foi um trabalho homeopático, de grão em grão, que deu certo.

Não tive nenhum percalço na amamentação da mais nova: continuei com muito leite, doei para o banco de leite. O desmame precoce do mais velho ajudou na defesa de não usar bicos artificiais e proibir a compra de mamadeiras.

Dediquei-me a muita leitura e comprei diversos copos de treinamento antes do retorno ao trabalho.  Retornar ao trabalho quando seu filho tem pouco tempo é extremamente cansativo, fisicamente e psicologicamente. Eu sou arquiteta, minha profissão requer tempo para reuniões com clientes, horas que não estavam no planejamento de dedicação para projetos. E eu trabalho de segunda-feira a sábado.

Voltei a trabalhar. Tinha estocado da forma correta, ela tinha 5 meses. Não imaginei que o estoque acabaria rápido. As primeiras tentativas foram difíceis e muito leite se perdia, foi uma semana de muito tumulto emocional. Na empresa, já aguardavam a minha volta com trabalhos que só eu poderia fazer. Eu ficava tensa, e ligava para saber se tinha dado certo a introdução do copo. E minha mãe tensa, com receio de a bebe passar fome. Foi uma semana difícil, na qual se não houvesse a certeza das decisões tomadas, teríamos as três desistido!

Ordenhava antes de dormir e, na hora do almoço oferecia um seio, e o outro eu ordenhava. Amamentava em livre demanda e, confesso, foi uma fase extremamente cansativa. Não conseguia me concentrar no trabalho. Os seios enchiam e me machucavam. Tinha horas que pensava se ia dar conta daquela loucura toda… Até porque o meu mais velho morre de ciúmes dela mamar e tudo isso me consumia demais psicologicamente.


Mas a insistência deu certo, minha filha mamou 6 meses exclusivamente. Vai fazer um ano em agosto e até hoje nunca usou bicos artificias ou ingeriu outro leite. Isso me enche de orgulho! Foi uma vitória conseguida a três – eu, minha mãe e minha filha.

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